5 de novembro de 2015

Vídeos Clássicos: The Animals - The House Of The Rising Sun

É impossível falar em Rock'n'Roll nos dias de hoje e não citar algumas bandas clássicas e seus maiores hits. São muitos os exemplos, podemos falar de Led Zeppelin, Deep Purple, The Who, The Doors e muitas outras bandas, sempre teremos clássicos destas bandas que são influência direta até os dias de hoje.

Hoje vamos apreciar a banda britânica The Animals, formada nos anos 60, e com fortes influências de Blues e Folk, na verdade veremos provavelmente aquele que foi o seu maior sucesso "The House Of The Rising Sun", lançado no ano de 1964 ... Divirtam-se!


 

7 de outubro de 2015

Resenha: Iron Maiden - The Book Of Souls (2015)


Iron Maiden
Heavy Metal / NWOBHM
Inglaterra
"The Book Of Souls"
2015
8,5

Um impecável baile de guitarras. É dessa forma que descrevo The Book Of Souls, o novo álbum de estúdio do Iron Maiden. Um disco duplo, que mostra o quanto a banda ainda tem de gás musical para queimar, ainda que se valha de artifícios para lá de manjados em suas composições.

Depois que divulgaram a insuportável “The Speed Of Light”, imaginei que o disco seria tão chato quanto a música carro chefe. Mas para minha surpresa as canções ficaram muito boas.

O que me chamou mesmo a atenção foi a qualidade dos solos e riffs, onde as guitarras são as protagonistas. O trio de guitarristas: Adrian Smith, Dave Murray e Janick Gers, estão incandescentes em seus solos furiosos e precisos. As bases e riffs conjugam-se de forma astral com cada música, o que me fez esquecer em muitos momentos os tons de voz insuportáveis que o Bruce Dickinson usou e abusou em quase todas as canções.

The Book Of Souls é sem sombra de dúvida o melhor trabalho que o Iron Maiden já fez desde o retorno do seu grão-mestre Bruce Dickinson no final da década de 90. Mas para os saudosistas ou que curtem comparações, ainda está longe de ser melhor do que o Seventh Son, como alguns entusiastas bradavam no Facebook.

Quando a banda divulgou o setlist desse disco, os cientistas e analistas políticos do Metal despejavam seus criteriosos comentários acerca da possível investida da banda em músicas mais profundas e progressivas. Particularmente não achei isso, o disco está muito pesado e bem heavy metal! Mesmo com músicas longas, não é cansativo.

Como receita de bolo, a banda mescla momentos de calmaria e suavidade musical com verdadeiros hinos de guerra. Lembro-me de uma entrevista do Bruce Dickinson logo após o lançamento do Balls To Picasso, seu segundo álbum solo lançado em 1994. Bruce disse na época temer que Tears Of the Dragon se transformasse em uma canção de guerra nas mãos de Steve Harris, já que ele havia composto essa música ainda no Iron Maiden. E The Book Of Souls parece seguir esse paradigma musical. Uma balada que em certos momentos ganha ares de batalhas épicas e colossais. Onde o vocalista deixa o ouvinte desconcertado com tantas notas altas e gritos desnecessários.

O disco abre com “If Eternity Should Fail”, que no começo parece uma extensão da carreira solo do Bruce Dickinson, mas se desenrola como uma típica canção desse novo Iron Maiden. Na sequencia uma das músicas mais chatas do grupo. O clipe fantástico de “Speed Of Light” foi divulgado na semana passada e me surpreendeu como propagando do disco. Como a banda conseguiu entre tantas canções boas, escolher uma com cara de Lado B? Assim como Holy Smoke - No Prayer For The Dying (1990) e The Apparition - Fear Of the Dark (1992), Speed Of Light está no topo da lista de músicas totalmente dispensáveis da donzela de ferro.

A terceira faixa “The Great Unknown” começa muito bem, mas o vocal “sirene de ataque antiaéreo” do vocalista tenta tirar um pouco do brilhantismo da música, que é recompensado pelos solos maravilhosos que a intercalam.

O que é “When The River Runs Deep”? Essa canção já pode entrar na lista de clássicos da banda e definitivamente não deve sair do set list dos shows. Rápida, Heavy Metal e explodindo riffs de guitarra. Acho que identifiquei um solo “sujão” do Janick Gers.

Fechando o primeiro CD, a faixa título “The Book Of Souls”. São pouco mais de dez minutos de música cheia de atmosferas enigmáticas e ambientada em certo grau de misticismo. Chegando aos seis minutos, quando você acha que a musica acabou, a banda aumenta a velocidade e inicia o pandemônio cármico de fúria e agressividade. Uma canção cheia de pompa, mas ainda assim sem o brilhantismo que uma faixa título merece.

Quem abre o segundo CD é “Death Or Glory”, outra canção rápida e típica do Iron Maiden, onde os duelos de solos e as “cavalgadas” de Steve Harris dão o tom. Uma música feita pra bangear nos shows e esfolar os pulmões cantando o refrão. A segunda faixa começa como uma Wasted Years zoada, “Shadows Of The Valley” é uma canção boa, mas ainda com os solos chamando atenção a cada duelo dos guitarristas. A terceira faixa “Tears Of A Clown” é uma boa musica, mas sem grandes atrativos, assim como “The Man Of Sorrows”, que se salva pela introdução arrepiante de guitarra.

Fechando o CD a belíssima “Empire Of the Clouds”. Se o álbum The Book Of Souls viesse só com essa música já valeria o cd. Uma belíssima introdução com piano e violino, diferente de tudo o que o Iron Maiden já fez. Uma semi balada que ao longo dos seus 18 minutos mostra uma banda diferente, versátil a ponto de ainda conseguir manter sua essência. O vocalista se contem e resolve cantar boa parte da música, os riffs de guitarra são o fio condutor de uma das canções mais épicas do grupo.

Passagens orquestradas, mudanças de atmosfera, que são típicas do Iron Maiden, se tornaram a marca registrada da banda desde Remember Tomorrow do álbum homônimo, culminam aos 14 minutos em um clima vitoriano que dura alguns minutos e se harmoniza com um final arrepiante com a volta do piano.

No geral o disco tem uma mixagem estranha que não valoriza as músicas e talvez o brilhantismo que deveria ganhar. Assim como falar de política, religião e futebol gera brigas e intrigas, falar de Iron Maiden é quase uma sentença de morte para com seu público altamente fiel e extremista. O fato é: a banda está longe de conseguir resultados tão bons quanto seus discos da década de 80 e 90, mas conseguiu mostrar bons ares, mesmo que de forma burocrática. Talvez “Empire Of The Clounds” encaminhe o Iron Maiden a um novo horizonte.

Faixas:

If Eternity Should Fail
Speed Of Light
The Great Unknown
The Red And The Black
When The River Runs Deep
The Book Of Souls
Death Or Glory
Shadows Of The Valley
Tears Of A Clown
The Man Of Sorrows
Empire Of The Clouds


Filipe Souza / Metalzone


7 de agosto de 2015

Resenha: Whitesnake - The Purple Album (2015)

Whitesnake
Hard Rock / Heavy Metal
Inglaterra / U.S.A
"The Purple Album"
2015
9,5

David Coverdale é, sem a menor sombra de dúvidas, um dos melhores vocalistas que existem, sou fã incondicional do cara, sua voz com o passar dos anos fica ainda mais apurada e poderosa, e o considero um dos 10 vocalistas mais incríveis que já tive o privilégio de ouvir. Babação de fã feita, vamos ao CD!
 

Um CD que tenha “Burn”, “Stormbringer”, “Soldier Of Fortune”, “Mistreated”, “Lay Down Stay Down” entre outras músicas, alguns dos maiores clássicos do Deep Purple em sua fase com o vocalista David Coverdale, isso por si só já resumiria um grande disco; agora feche os seus olhos, limpe a sua mente e pense em um CD com todos estes clássicos em uma nova releitura feita pelo próprio David Coverdale, pois bem, pobres mortais, “The Purple Album” o novo trabalho da banda Whitesnake é a concretização deste pensamento.
 

Após a morte de Jon Lord (lendário tecladista do Deep Purple), muito se falou a respeito de uma provável reunião entre ex integrantes do Purple, até mesmo o imprevisível Ritchie Blackmore parecia aprovar a ideia, infelizmente algumas divergências derrubaram este projeto, entretanto Coverdale deve mesmo ter levado a sério este sonho, e aproveitando uma reformulação em sua banda, tomou para si esta responsabilidade, e o resultado é “The Purple Album”, um excelente trabalho que não se limita apenas a alguns covers bem executados, e sim a uma verdadeira aula de reconhecimento e gratidão de um Frontman a uma banda que o revelou para o mundo.
 

“The Purple Album” é uma síntese dos maiores clássicos dos CDs “Burn”, “Stormbringer” e “Come Taste The Band”. Como eu já disse anteriormente, todas as canções são extremamente bem executadas, Coverdale cercou-se de músicos bastante competentes (aliás, uma característica dele!), reconheço que existem poucas variações instrumentais se compararmos com as versões originais, fato este que não desmerece em nada este trabalho, um dos maiores destaques fica por conta do sempre preciso e seguro Tommy Aldridge no comando das baquetas. Analisando a parte vocal, devemos levar em consideração que David Coverdale não é mais aquele garotão de 20 anos, hoje já passou dos 60, apesar de ter uma voz privilegiada, não consegue mais alcançar certas notas com a mesma facilidade e precisão, este detalhe faz com que estas releituras fiquem ainda melhores, pois as canções foram “adaptadas” à realidade vocal de David nos dias de hoje, seria como se realmente fechássemos os nossos olhos e estivéssemos num show atual do Purple.
 

Este CD vale muito a pena mesmo ser comprado e apreciado, ele é uma prova que o casamento entre boa música e competência realmente ultrapassam a barreira do tempo!!!

"Stormbringer"

"Soldier Of Fortune"

Faixas:

Burn
You Fool No One
Love Child
Sail Away
The Gypsy
Lady Double Dealer
Mistreated
Holy Man
Might Just Take Your Life
You Keep On Moving
Soldier Of Fortune
Lay Down Stay Down
Stormbringer


Henrique Linhares