22 de julho de 2013

Discografia Comentada - Powerwolf





  
Criada na Alemanha em 2003 pelos irmãos Matthew Greywolf e Charles Greywolf, a banda Powerwolf inovou o mundo da música pesada com seu Power Metal carregado de uma atmosfera religiosa contagiante, mas não se deixe enganar, pois estes alemães não tem nada de White Metal em sua música, ao contrário, seu Power Metal nos transporta para os tempos das igrejas medievais, abusando nos coros e passagens em latim.

Além disso, o vocalista Attila Dorn é simplesmente perfeito, conseguindo impor com sua voz toda a obscuridade necessária à temática abordada pela banda.

Sejam bem vindos ao mundo sombrio e viciante do Powerwolf. 

Return In Bloodred (2005)
  O ano foi 2003, quando em sua cidade Saarbrücken, na Alemanha, os irmãos Greywolf decidiram criar uma banda que fosse diferente de todas as outras, Matthew nas guitarras e Charles no baixo e guitarras base já tocavam juntos fazia alguns anos e se uniram a Stéfane Fúnebre, um baterista francês, e também ao tecladista Falk Maria Schlegel para formarem o núcleo da banda. Apesar de ainda não terem um vocalista os membros do grupo já haviam começado a escrever e compor material. Finalmente conhecem o romeno Attila Dorn, que havia estudado Ópera Clássica na academia Musical de Budapeste, assim se completou a formação do Powerwolf.


Em 2005, lançam seu primeiro trabalho “Return In Bloodred”, mostrando ao mundo do Metal uma nova e sensacional banda. A temática deste CD gira em torno das histórias de lobisomens romenos, influência direta do vocalista Attila Dorn, amante do assunto. Todas as músicas são muito boas, com destaque óbvio para o trabalho vocal, mas não podemos deixar de destacar as qualidades de todos os músicos, as intervenções dos teclados são perfeitas criando aquele ar de filmes de terror, “Black Mass Hysteria” e “Montecore” ilustram muito bem todo este clima, os rifss são muito bem executados com acompanhamento preciso de baixo e bateria.

“Mr. Sinister” com seu refrão grudento e “Lucifer In Starlight” totalmente sombria, são os grandes destaques deste CD. Um trabalho que nos mostra que a banda veio para escrever seu nome no mundo da música.

Lupus Dei (2007)


O sucesso de “Return In Bloodred” foi imenso, tornando em pouquíssimo tempo a banda em um nome de peso no meio musical. No ano de 2007, lançam seu segundo trabalho, intitulado “Lupus Dei”, um álbum ainda melhor que seu antecessor. A banda usa e abusa de uma de suas características principais, os teclados, as harmonias e os coros, “We Take It From The Living” é sensacional e abre o CD em grande estilo, Attila Dorn está com uma voz ainda mais marcante, “Prayer In The Dark” tem riffs cortantes e uma pegada extremamente pesada.

Uma outra característica da banda diz respeito às suas vestimentas, seus rostos cobertos com uma maquiagem branca bastante sombria, usando sempre roupas pretas e também detalhes religiosos, um visual bastante impressionante e que combina em cheio com a proposta musical dos caras.

Voltando ao som, outra canção que se destaca é “In Blood We Trust”, Dorn com seus vocais em um tom bem forte e rasgado nos envolve completamente, se fecharmos nossos olhos enquanto ouvimos este CD com certeza imaginaremos vampiros e lobisomens em uma batalha sangrenta tendo como prêmio a humanidade, basta ouvir “Vampires Don’t Die” e “When The Moon Shines Red” que você vai se sentir exatamente neste clima.

Enfim, “Lupus Dei” é um álbum que consolida o Powerwolf como um dos grandes nomes do Power Metal mundial e não apenas como uma banda que por acaso acertou em seu álbum de lançamento.
 
Bible Of The Beast (2009)
Após o lançamento de seus primeiros trabalhos e o reconhecimento no mundo da música pesada, faltava ainda ao grupo um CD para ser chamado de “clássico”, e este CD veio no ano de 2009, foi neste ano que lançaram “Bible Of The Beast”, um álbum perfeito, impecável desde os acordes iniciais da instrumental (introdução) “Prelude To Purgatory” até o último acorde da 12ª faixa “Wolves Against The World”.

“Bible Of The Beast” demonstra o alto grau de amadurecimento da banda, e principalmente, o completo domínio dos músicos dentro do estilo Power Metal, seu som é vigoroso, com muita exploração da religiosidade, e a sua sonoridade clássica não perde o peso do Metal em nenhum momento.

Seria injustiça de minha parte destacar uma música ou outra, pois este é o tipo de álbum em que todas as músicas são acima da média, sendo assim me limito a dizer que as faixas Raise “Your Fist, Evangelist”, “Panic In The Pentagram”, “Seven Deadly Saints” e “Ressurection By Erection” são fodas, as faixas “Moscow After Dark”, “Catholic In The Morning ... Satanist At Night”, “We Take The Church By Storm”, “Midnight Messiah” e “Wolves Against The World” são fodaças, agora as músicas “Werewolves Of Armenia” e “St. Satan’s Day” são simplesmente do caralho!!! ... me desculpem o termo ... rs.

Blood Of The Saints (2011)
  A banda sofre sua primeira baixa em 2010, quando o baterista Stéfane Fúnebre deixa o grupo, para o seu lugar é recrutado Tom Diener, mas Tom também não durou muito tempo, ficando a frente das baquetas apenas até a gravação do álbum seguinte, enfim após esta dança de cadeiras Roel Van Helden assume em caráter definitivo o posto de baterista.


A pergunta mais natural que se faz a uma banda após o lançamento de um álbum sensacional, como foi o caso de “Bible Of The Beast”, é: “e agora?”
E a resposta veio em 2011 com um CD ainda mais espetacular que o anterior.
“Blood Of The Saints” pode ser definido com uma única frase ... é o CD mais Powerwolf da banda Powerwolf!

“Sanctified With Dynamite” e “We Drink Your Blood” são pérolas únicas do Power Metal, impossível não repetir seus refrões em sua mente infinitas vezes. Outro momento fenomenal deste CD esta nas faixas “All We Need Is Blood” e “Die, Die, Crucified” com os teclados magistralmente bem colocados por Falk Maria Schlegel e os já tradicionais coros durante toda a música.
Attila Dorn rouba para si boa parte dos créditos deste trabalho, suas interpretações em todas as faixas são excepcionais e sua voz é a alma pulsante desta legião de lobos raivosos.

“Blood Of The Saints” é uma aula de competência, qualidade sonora, técnica e acima de tudo respeito aos amantes do Metal.

"Sanctified With Dynamite"

"We Drink Your Blood "

Alive In The Night (2012)
 Com o sucesso avassalador dos álbuns “Bible Of The Beast” e “Blood Of The Saints”, a legião de fãs do Powerwolf se tornou gigantesca, e para presentear seus fãs Attila Dorn e Cia resolvem gravar um CD ao vivo, antes porém, participam do EP/Split “Wolfsnaechte Tour EP” com a canção inédita “Living On A Nightmare”.


Seu primeiro CD ao vivo é lançado em 2012 intitulado “Alive In The Night”, este álbum é um ótimo registro do sucesso alcançado durante a tour de “Blood Of The Saints”. As músicas escolhidas são dignas da grandiosidade da banda, lá estão “Sanctified With Dynamite”, “Prayer In The Dark”, “We Drink Your Blood” e “Ressurection By Erection” por exemplo, uma particularidade desta tour foi a presença do guitarrista Fabian Schwarz, contratado excepcionalmente para a mesma.

The Rockhard Sacrament (2013)
Enquanto trabalhavam em seu próximo CD de estúdio, lançam no início de 2013 outro EP, “The Rockhard Sacrament”. Mais que um simples EP, “The Rockhard ...” é um aperitivo do que está por vir. “Amen & Attack”, “In The Name Of God” são músicas inéditas e que apresentam um Powerwolf ainda mais agressivo, é impressionante a velocidade e agressividade da bateria nestas canções, temos também a faixa “ Living On A Nightmare” lançada anteriormente no EP/Slip “Wolfsnaechte Tour EP”, e como se isto já não fosse o suficiente temos ainda os covers para “Headless Cross” do Black Sabbath e “Nightcrawler” do Judas Priest, que ficaram dignas de aplausos, e não podemos deixar de falar também da versão orquestrada para “Amen & Attack” que ficou belíssima.

Preachers Of The Night (2013)
Novamente os lobos atacam, agora com “Preachers Of The Night” lançado em 2013, a banda não mudou em nada suas características, acrescentou apenas um pouco mais de peso na bateria, algo que já era esperado, afinal de contas já havíamos ouvido o EP “The Rockhard Sacrament”. Sabe eu particularmente acho muito foda estas passagens em latim que eles utilizam em boa parte de suas músicas, e é exatamente isto que fascina em “Amen & Attack” e “Coleus Sanctus” duas canções bem bacanas. A vocalização em “Sacred & Wild” também é incrível, é uma de minhas canções preferidas neste trabalho, outras passagens legais ficam por conta das músicas “Kreuzfeuer” com seus teclados medievais e toda a atmosfera que remete àquela época, “Cardinal Sin” pela velocidade imposta a música, “Nochnoi Dozor” com um dos coros mais incríveis que já ouvi e “Extatum Et Oratum”, me desculpem ser repetitivo, mas porra, essas passagens em latim são demais ... rs.

Mais um trabalho excepcional da banda, um CD que deixará qualquer fã do Powerwolf extremamente feliz.

"Amen & Attack "


Henrique Linhares



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