21 de maio de 2014

Shows: Amon Amarth, os vikings tomaram o Circo Voador

Enquanto a lua cheia tentava fugir das nuvens e surgir esplendorosa no céu, um público ainda tímido, porém persistente, se aglomerava nos arredores do Circo Voador na Lapa, região boêmia do Rio de Janeiro. E dentro do Circo os preparativos para uma noite regada a muita mitologia nórdica e brasileira já começava.

Pela primeira vez no Rio de Janeiro, os suecos do Amon Amarth prometiam uma noite destruidora, mas não antes da banda brasileira Tamuya Thrash Tribe incendiar o palco do Circo Voador. Tudo isso em uma colisão de universos culturais ainda inédita em solo carioca. Onde nórdicos e tupiniquins brindavam em uma festa regada a muito Death Metal.
No começo foram um pouco mais de 50 pessoas que tiveram a oportunidade de assistir ao ótimo show da banda carioca Tamuya Thrash Tribe. Os quatro integrantes subiram no palco despejando torpedos explosivos do seu EP independente United, lançado em 2011. A combinação entre o Thrash Metal e Death Metal com temática abordando escravidão, abolicionismo e temas históricos brasileiros, manteve o público bem entretido. Tanto que na metade da apresentação a pista estava lotada e as rodas abriam a todo o momento.
A banda não se intimidou em tocar para um publico mais “asgardiano” e realizou a empreitada com muita competência e sem deixar espaço para que a galera respirasse. O vocalista/guitarrista Luciano Vadan foi um tremendo frontman. Mostrou para o público o motivo da banda estar ali. E inflamou a todos dizendo: - Nesta noite Thor e Tupã serão a mesma pessoa. O Circo veio abaixo depois disso! E arrepiou quem vos escreve. No final do show os comentários entre as pessoas que estavam próximas a mim eram um só: - Que banda foi essa?
Após o show bombástico do Tamuya Thrash Tribe, demorou um bom tempo para a atração principal subir no palco. Precisaram esperar o publico esfriar. E o Circo Voador enchia cada vez mais.
Por volta das 23h os suecos do Amon Amarth fariam do palco do Circo Voador sua Drakkar, que levaria o público para uma viagem através da mitologia nórdica e suas canções de batalha.
Abrindo a noite a terceira faixa do último álbum da banda “Deceiver of the Gods” (2013) – Father of the Wolf e na sequencia a própria “Deceiver of the Gods” para mostrar ao público que o Amom Amarth faria daquela noite um momento inesquecível! A terceira música da apresentação “Death in Fire” e a quarta “Free Will Sacrifice” fecharam uma sequencia alucinante e mortal.
Após algumas palavras de agradecimento do simpático grandalhão vocalista Johan Hegg, mais uma do álbum novo “As Loke Falls”, seguida por “We Shall Destroy” e “Guardians of Asgaard“, essa última com o público dando um banho de participação e empolgação.  
E o publico presente no Circo Voador foi um show a parte nessa noite viking. As rodas não paravam de surgir em meio ao caótico Death Metal que eclodia dos altos falantes. Durante a música “The Last Stand of Frej” parte do público sentou e começaram a remar como se estivesse em um Drakkar. Algo impressionante e maravilho de se ver! Circulando em todas as direções alguns fãs exibiam seus braceletes de couro, pingentes de Mjölnir, bebiam cerveja em seus drinkhorn e cantavam as músicas em uníssono o tempo todo. Transformaram o Circo Voador em uma taberna!
A banda correspondia a toda essa animação com mais petardos como: “Blood Eagle”, “Runes to my Memory” e “Varyags of Miklagaard”. Mais três músicas fecharam o set: a emblemática “Destroyer of the Universe”, seguida por “Cry of the Black Birds” e “War of the Gods”.
Após poucos minutos de descanso a banda retorna para o bis com “Twilight of the Thunder God”. Ao final da música o vocalista Johan Hegg, mostrava que estava extasiado com a receptividade carioca e agradecia em um bom português o tempo todo, além de brincar com o público. O sueco ainda mexeu com a estima dos cariocas ao provocar a galera dizendo que não conseguiriam gritar tanto quanto o publico paulista. E o sueco recebeu de volta toda a energia dos presentes que se esgoelavam por toda a parte. Isso antes de fechar a noite em alto nível com “The Pursuit of Vikings”.
E mais uma vez os presentes nessa noite participaram em coro e acompanhavam os riffs dessa canção épica do excelente álbum “Fate of Norns” de 2004.
Já passava da meia noite de sábado e aos poucos os fãs deixavam o Circo Voador moídos e satisfeitos. Foi uma noite memorável e demorará um pouco para sair das mentes de quem presenciou uma festa como essa.
E o Amon Amarth mostrou o porquê ainda ser uma das poucas bandas do Death Metal sueco que ainda produzem material relevante para o estilo. E consegue fazer de um show uma verdadeira festa.
Hail to the Vikings!
Setlist:

01. Father of the Wolf
02. Deceiver of the Gods
03. Death in Fire
04. Free Will Sacrifice
05. As Loke Falls
06. We Shall Destroy
07. Guardians of Asgaard
08. Blood Eagle
09. Warriors of the North
10. Runes to My Memory
11. Varyags of Miklagaard
12. The Last Stand of Frej
13. Destroyer of the Universe
14. Cry of the Black Birds
15. War of the Gods
Bis:
16. Twilight of the Thunder God
17. The Pursuit of Vikings
Resenha de Filipe Souza (Metal Zone)



2 comentários:

  1. Porque vcs nao postaram nenhuma foto dos meninos da banda Tamuya! faltou a foto deles no show!

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  2. Parabens pela materia! muito boa e sabias palavras sobre as bandas e principalmente sobre a banda Tamuya! beijos

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