Hoje vamos começar a postar no "Blogando" a biografia de uma das bandas mais influentes no mundo do Rock, e com certeza absoluta a maior máquina de dinheiro do mundo da música ... "You Wanted The Best And You Got The Best"
Depois do fim do grupo Wicked Lester, Paul Stanley e Gene Simmons decidiram criar uma nova banda para ser um super grupo. Para isso colocaram anúncios em jornais e revistas para achar novos músicos. O baterista Peter Criss respondeu um destes anúncios, para fazer o teste pra banda. Como o
rapaz estava bem vestido, eles lhe perguntaram: "Você iria fantasiado de
mulher em um show, se nós lhe pedíssemos?", e com uma resposta
afirmativa o aceitaram na banda, mas ainda era preciso de um guitarrista
solo na banda, já que Stanley não sabia (e não sabe) solar. No dia do
teste apareceu um rapaz que chegou cortando fila, vestido de forma
estranha, com um tênis de cada cor e calça rasgada. Simmons pensou que
se tratava de um mendigo, à primeira vista, mas estava segurando uma
guitarra. Alertaram-no que ele não podia cortar fila, então foi esperar
sua vez. Quando o chamaram para mostrar suas habilidades, impressionou a
todos e assegurou um lugar na banda. Seu nome era Paul Daniel Frehley,
mas acabou virando Ace Frehley pois já havia um Paul na banda.
Faltava o nome para a banda e queriam um nome simples, fácil de ser
lembrando, e acabaram se inspirando num concurso de beijo de Nova
Iorque, daí veio KISS. A maquiagem foi definida se baseando em
elementos referentes a personalidade de cada um. Simmons adorava filmes
de terror e assumiu uma maquiagem que o deixaria com cara de mau.
Stanley pintou uma estrela em seu olho direito em alusão ao sonho de se
tornar um astro de Rock. Frehley concebeu sua maquiagem baseada no
espaço sideral e em uma estética futurista, por ser uma pessoa "aérea" e
dispersa. Por adorar felinos, Criss adotou uma imagem de homem-gato.
Peter, Gene, Paul e Ace
Eles assumiram essa personalidade como sendo essencial para o sucesso do
grupo, escondendo assim por anos a fio a verdadeira identidade. Para
definir o figurino da banda, mesclaram elementos de super-heróis em
quadrinhos com personagens do teatro japonês. Usando botas com saltos
enormes que davam um ar de super heróis titânicos ao grupo e se
tornariam então: "The Starchild" (Stanley), "The Demon" (Simmons), "Space Man" (Frehley) e "The Catman" (Criss). Frehley que gostava de artes, pintou o primeiro logo da banda, que se tornaria famoso no mundo inteiro, futuramente.
Os primeiros concertos, já maquiados e trajados a seu modo, ocorreram no
"New York Coventry Club", cujo cachê correspondeu a 35 dólares por
noite. Em 1973, ainda tocando composições próprias pelas noites de Nova Iorque, foram descobertos por Bill Aucoin e no mesmo ano assinaram contrato com a recém-inaugurada Casablanca Records.
A língua de Simmons acabou se tornando uma característica da banda. Além
disso, os efeitos especiais sonoros, de luzes e fumaça aliados a velas
acesas e um imenso letreiro luminoso contendo o logótipo da banda eram
atrações nas apresentações. Ainda em 1973, na cidade de Nova Iorque
aconteceria o primeiro show de grande porte. Para tanto, eles
contrataram a popular banda Brats para abrir o show e mandaram convites a imprensa em nome do KISS
e como se já não bastasse, mesmo endividados até o último fio de
cabelo, alugaram uma limusine para chegar ao local do show em grande
estilo. Tudo isso para tentar passar ao público e a imprensa a imagem de
que eles já eram uma banda famosa.
Em Fevereiro de 1974 lançaram seu primeiro álbum intitulado apenas KISS trazia uma capa parodiando "Meet the Beatles", o disco tem um toque de
humor, sensualidade e provocação que caracterizam a maioria das faixas
do disco e recheado de clássicos, que a banda tocaria por toda a
carreira. A princípio o álbum foi um fracasso, mas em uma jogada esperta
da gravadora, eles correram para o estúdio novamente e gravaram uma
versão cover de "Kissin' Time", um sucesso de Bobby Rydell de 1959,
e o incluíram nas futuras prensagens do disco, que ocorreram a partir
de maio do mesmo ano. Além disso, para promover o disco, a gravadora
realizou um concurso de beijos. Então, ao som da música recém gravada,
premiariam o casal que permanecesse mais tempo se beijando.
Desnecessário dizer que tal empreitada foi um fiasco e o primeiro disco
não obteve sucesso, assim sendo a gravadora sugeriu que gravassem um
novo álbum no mesmo ano, ainda em 1974 saiu "Hotter Than Hell", era um
disco mais pesado com uma sonoridade mais agressiva.O grande barato da
banda eram as apresentações ao vivo, O KISS era uma banda
destinada a divertir as pessoas. Falavam de amor, sexo, festa e Rock'n'Roll em suas músicas, ao mesmo tempo que entretinham o público
com sua performance incendiária, literalmente, pois Gene já praticava o
seu ato de cuspir fogo, além de expelir sangue pela boca, mais tarde a
banda também usaria vários outros números no palco, como a guitarra de
Frehley, que no meio do solo começa a soltar fumaça, rojões e depois
voa. A bateria também voa nos shows. A partir de Hotter Than Hell Tour, a turnê
do disco, uma mensagem acompanha todos os shows da banda. Sempre ao
início de cada apresentação, um mestre de cerimônias berra a seguinte
frase: "You Wanted The Best And You Got The Best. The Hottest Band In The World, Kiss!" - , em tradução livre: "Vocês queriam o melhor e vocês conseguiram o melhor, a banda mais quente do mundo, Kiss". Esta repetição constante de mensagem tornou-se emblemática na carreira da banda.
Como as vendas e o sucesso não chegavam, veio a ideia de gravar mais um
novo álbum de estúdio, logo no começo de 1975, pode parecer meio
exagerado 3 discos num período um pouco maior que um ano, mas os
executivos da gravadora pensavam que uma sequência de álbuns dariam
notoriedade e consistência a banda, impulsionando assim a venda não só
do álbum novo como dos anteriores. Em Março de 1975 lançaram "Dressed To Kill", disco que continha composições da época do Wicked Lester ("Love Her All I Can" e "She"). Foi neste disco que gravaram o que se tornaria um clássico: "Rock And Roll All Nite". Dressed To Kill
traz uma capa curiosa, onde aparecem os integrantes, devidamente
maquiados, vestidos de terno, e ainda pode-se notar que o terno de Gene
Simmons é mais curto do que deveria ser,e ele usa um tamanco ao invés de
um sapato. Isso ocorreu porque a roupa que Gene vestia era do próprio
dono da Casablanca Records e o tamanco de sua mulher. Gene até hoje
comenta que ele era o único da banda que não tinha uma roupa social na
época.
Aproveitando o momento favorável a gravadora seguindo a linha de lançar
dois álbuns por ano, prepara-se para colocar a banda novamente em
estúdio, mas decidem prestar atenção aos comentários que diziam que o
barato do Kiss era " ao vivo". Daí resolveram registrar os shows que a
banda faria no lendário Cobo Hall de Detroit, para lançar o "Alive" que foi primeiro álbum da banda a obter disco de ouro. Kiss foi uma das primeiras bandas a lançar um álbum duplo gravado ao vivo. Alive! foi um marco para a indústria fonográfica e para a banda que anos depois lançou Alive II em 1977, o Alive III em 1993 e em 2003, o Symphony: Alive IV, em um concerto que ocorreu junto com a Orquestra Sinfônica de Melbourne. Mas nenhum deles superou o enorme sucesso que foi o Alive!,
que com mais de 15 milhões de cópias vendidas, foi um dos álbuns mais
vendidos da carreira da banda e ajudou a impulsionar a venda dos
anteriores.
Com o sucesso estrondoso de Alive! o Kiss em 1976 entrou
em estúdio para gravar um novo álbum, desta vez com status de grande
banda, contrataram nada mais nada menos que Bob Ezrin para produzir o
que seria o maior disco de sua carreira: Destroyer.
A capa de Destroyer trazia o primeiro flerte da banda com o mundo da
ficção, eles eram desenhados no melhor estilo heróis em quadrinhos. A
banda que até então tinha apenas "Rock And Roll All Night" como
hit-hino, emplacaria "Detroit Rock City", "Shout It Out Loud", "God Of Thunder" e a surpreendente balada, vencedora de vários prêmios, "Beth" composta por Peter Criss, que em termos de mídia foi o maior sucesso da história da banda. A partir dai o Kiss ficou conhecido mundialmente, com o sucesso no Japão a gravadora lança um box The Originals.
Passados muitos anos após a gravação de "Destroyer" existem rumores
acerca do álbum que instigam os fãs, como por exemplo o da não
participação de Peter Criss na gravação da bateria no álbum. Existe uma
história de que Bob Ezrin havia alegado não ser possível que Peter
gravasse as baterias daquelas músicas e solicitado o trabalho a um
músico de estúdio. Apesar de nunca admitido pelos outros integrantes,
essa história encontra sustentação na própria performance das músicas
deste disco quando executadas ao vivo por Peter (principalmente em
"Detroit Rock City"). Para fortalecer ainda mais, o fato de que
apesar do sucesso da parceria, Ezrin não trabalharia mais com a banda, e
só seria chamado novamente em 1981, para o primeiro disco após a saída
de Peter "The Elder".
Com o sucesso o Kiss começa a aparecer frequentemente nas TVs
americanas e vai criando uma legião de fãs apaixonados pela banda. Nesta
fase, surge o empresário Bill Aucoin, renomado profissional que passa a
controlar os negócios do Kiss, desde posters até camisinhas. Funda-se o Kiss Army, exército de fanáticos em todo o mundo que são comandados pela própria banda.
No segundo semestre do mesmo ano, a banda solta uma nova bolacha: Rock And Roll Over,
que traz a banda de volta as origens, com uma sonoridade mais crua, uma
produção mais simples e direta similar a dos primeiros álbuns, eles
conseguem criar hits como "Hard Luck Woman", "I Want You" e a imortal "Calling Dr Love", mas nenhuma delas chega ao patamar de hino. Com a Rock And Roll Over Tour, o Kiss
vai pela primeira vez para o Japão, país onde seriam idolatrados. É um
ano calmo para a banda, que, a esta altura já está incluída na categoria
de super-grupo, devido a magnitude de seus shows.
Em 1977 lançaram Love Gun.
Voltando ao esquema de superprodução utilizado em "Destroyer", a capa
do disco é novamente referência a personagens de quadrinhos, no desenho
estão os quatro integrantes da banda em pé, com mulheres a seus pés. No
que diz respeito as músicas, a banda consegue criar mais um hino,"Love
Gun" a faixa título é um petardo arrasador que não deixa nada a dever a
"Detroit Rock City", "Shou It Out Loud" ou "Rock And Roll All Nite".
Juntamente a faixa título, tem destaque "I Stole Your Love", que
passaria um tempo como faixa de abertura dos shows. "Christine 16"
trazia o até então desconhecido Eddie Van Halen na guitarra solo, além
da primeira música cantada por Ace. A música é "Shock Me". " Em um dos concertos desta turnê, Gene Simmons mais uma vez queima o cabelo. No mesmo ano lançaram Alive II,
mais um ao vivo, só que este possui no lado B do segundo disco com
quatro músicas inéditas. Ace só gravou a guitarra em uma dessas músicas,
"Rocket Ride", que ele mesmo canta. As outras, quem gravou foi Bob Kulick,
amigo pessoal da banda. Foi pedido a Bob Kulick que tocasse de forma
similar a Ace, para que o som não soasse diferente. Nessa época já havia
muitos produtos do Kiss. A Marvel Comics
percebendo o potencial demonstrado nas capas, não se sabe se
propositalmente pela banda, faria uma proposta para lançar uma revista
em quadrinhos do Kiss. Proposta aceita, a banda faria uma
campanha promocional divulgando que juntamente da tinta vermelha usada
para fazer a revista, tinha o sangue de cada um dos membros do grupo.
A turnê do Kiss começava a ganhar ares de monstruosa. Envolvia
cerca de 50 pessoas na equipe, dentre elas havia um "batedor", cuja
função era providenciar hotel, limusines e alimentação especial para
cada um dos integrantes (Paul Stanley exigia comida japonesa, Ace
preferia pratos vegetarianos, etc); um chefe de segurança; um produtor
responsável pela movimentação da equipe e do equipamento; um manager de
palco; um figurinista, responsável também pela maquiagem; um técnico em
efeitos especiais; um técnico para guitarra, outro para baixo e um para
bateria; três carpinteiros; um motorista; um tesoureiro e um produtor
geral, responsável por toda a equipe. A parafernália usada nos shows não
deixava por menos, eram: 16 toneladas de equipamento pessoal; 24
toneladas de som; 17 toneladas de luz; 18 toneladas de cenário. Tudo
isso obviamente não ficava barato, e a produção se tornava milionária.
Com o som e a iluminação eram gastos um milhão de dólares e só o custo
do cenário estava avaliado em cerca de 1.100.000 dólares. Eram
necessárias 24 horas de trabalho intenso para montar toda a estrutura do
show. Tudo ficava pré-estabelecido nos contratos, desde a dimensão do
local escolhido para a apresentação até caracterizações detalhadas sobre
os camarins. E de escasso, o dinheiro passou a ser farto, nessa época a
banda também já possuía seu próprio avião, chamado Of Course. Desde 1975 até 1980, o grupo Kiss já havia percorrido cerca de 3.000.000 km.
Em 1978, a
banda já se encontrava estafada, Peter e Ace já começavam a dar sinais
de desinteresse e começavam a mergulhar em drogas e bebidas. A banda
resolve dar um tempo para recarregar as baterias, a gravadora para não
perder tempo resolve lançar duas coletâneas Double Platinum e, exclusivamente no Japão, o box The Originals II.
Para evitar a separação que a cada dia se tornava mais evidente, tendo
em vista que Peter e Ace começavam a pensar em trabalhos solos, Gene e
Paul sugerem a Peter, Ace e agravadora o lançamento de um album solo de
cada integrante, mas sem desvinculação da banda.Há quem diga que Paul e
Gene não achavam que eles seriam capazes de ser bem sucedidos na
empreitada e isso acabaria por persuadi-los a não sair da banda. Mas o
resultado foi oposto, Ace por exemplo tem o disco mais bem conceituado
pela crítica e fãs dentre os quatro, e também teve destaque na
billboard, graças ao hit cover " New York Groove" que entraria no meio
da onda disco que invadia os U.S.A. No mesmo ano, aproveitando o embalo
dos gibis, a banda é convidada a realizar um filme, com o propósito de
serem transformados em super-heróis. Kiss Meets The Phantom Of The Park,
tem o roteiro baseado em mostrar os quatro heróis travando uma luta
contra um vilão de um parque de diversões que criou bonecos iguais a
eles para fazerem o mal.
Após o lançamento e a repercussão dos álbuns solos, cada integrante
retornou achando-se um vitorioso. Peter parecia decidido a abandonar o
barco, pois apesar de dividir opiniões dos fãs, o conteúdo do seu álbum
fora elogiado pela crítica. A produção do próximo álbum da banda ficaria
a cargo de Vini Poncia, o mesmo responsável pela produção do disco solo
de Peter Criss. Eles deixam o rock pesado de lado, e passam a flertar
com um som mais pasteurizado, pop e com uma pegada mais dançante. A
situação de descomprometimento de Peter chegava ao extremo,
constantemente fora de condições de tocar, em virtude das drogas e as
bebidas, além do desinteresse mesmo, a banda decide optar por um
baterista substituto. Daí desta vez para agradar o também insatisfeito
Ace Frehley, o convidado foi Anton Fig que tocou em seu disco solo.
Peter só chegou a gravar "Dirty Livin'", música que ele mesmo
canta e que já estava pronta antes de decidirem que ele não deveria mais
tocar no álbum. Esse disco trazia o hit "I Was Made For Lovin' You",
que seguia levemente a tendência disco da época e fez um enorme sucesso
nas paradas dançantes. O álbum traz bons momentos como "Magic Touch",
"Sure know Something" e o cover do Rolling Stones, "2.000 Man". Todas com produção bastante suaves.
Os shows começavam a ser um problema pela incapacidade de Peter. A banda começa a investir pesado em videos promocionais onde demonstravam talvez a fase mais espalhafatosa em termos de visual que a banda já teve. Começaram a gravar ainda em 1979, o sucessor do "Dinasty". "Unmasked" foi gravado novamente por Anton Fig e lançado em 1980, Peter não participou da gravação de nenhuma música apesar de figurar no videoclipe de "Shandi" e na arte da capa do álbum, onde novamente a banda recorre as histórias em quadrinhos para chamar atenção. Logo após o lançamento do videoclipe, Peter Criss saiu da banda, e em seu lugar entrou o baterista Eric Carr, que participou da turnê do disco. Esse álbum, assim como o anterior, foi altamente atacado por ser mais pop que os anteriores. Ele soa como uma continuação de "Dinasty", e para quem achou o anterior adocicado, este é melado. O disco traz boas faixas como " Is That You", "Shandi" e "What Makes The World Go Round", esta última agradará a quem gosta de "I Was Made For Lovin You". Em 1981 para rebater as críticas sofridas e tentar finalmente agradar aos críticos mostrando que eram músicos competentes, o Kiss lança o criticadíssimo "Music From The Elder", também conhecido por apenas The Elder. Neste álbum, o Kiss muda radicalmente seu estilo, e não agrada ao público em geral. Pela primeira vez desde seu surgimento, via-se uma foto da banda com os integrantes de cabelos curtos e com roupas mais discretas, apesar de continuarem utilizando as maquiagens. Contrataram novamente o produtor Bob Ezrin (produtor do Destroyer), que idealizou o álbum. Ace (que gravou suas participações no disco em um estúdio montado em sua casa) e Eric não concordaram com o lançamento, diziam que não era Kiss. Eric Carr, baterista tradicional de Rock, teve dificuldades em seguir as orientações rígidas do produtor em relação a percussão, sendo substituído na faixa "I" por Allan Schwartzberg, integrante da Hollywood Vampires (banda de apoio de Alice Cooper em 1976) e havia participado do álbum solo de Gene Simmons e de Peter Criss. O álbum tinha como base ser um disco conceitual baseado na história de um menino que é escolhido para lutar contra as forças do mal. Todas as letras eram relacionadas a esse mesmo tema (recurso utilizado pelos grupos de música progressiva da época). Lou Reed, ex-Velvet Underground, ajudou a escrever três faixas: "Dark Light", "Mr. Blackwell" e "A World Without Heroes". Na verdade, esta mudança de posicionamento foi tomada não apenas como prova de competência musical, mas, sobretudo, como uma jogada estratégica para, como sempre, surpreender e chocar público e críticos. Por seu grande fracasso, este álbum não teve turnê, limitando-se à duas músicas executadas ao vivo durante um programa de televisão. Após isso, o Kiss só tocou novamente uma música desse álbum durante uma apresentação. Foi no MTV Unplugged, de 1996, 15 anos após o lançamento do álbum. Até hoje fans debatem se esse é o pior álbum ou um dos melhores da fase mascarada, com músicas de excelente sonoridade como "The Oath" e "A World Without Heroes". Mas curiosamente, paralelo ao descontentamento dos fãs, o Kiss finalmente havia conseguido dobrar a crítica.
Os shows começavam a ser um problema pela incapacidade de Peter. A banda começa a investir pesado em videos promocionais onde demonstravam talvez a fase mais espalhafatosa em termos de visual que a banda já teve. Começaram a gravar ainda em 1979, o sucessor do "Dinasty". "Unmasked" foi gravado novamente por Anton Fig e lançado em 1980, Peter não participou da gravação de nenhuma música apesar de figurar no videoclipe de "Shandi" e na arte da capa do álbum, onde novamente a banda recorre as histórias em quadrinhos para chamar atenção. Logo após o lançamento do videoclipe, Peter Criss saiu da banda, e em seu lugar entrou o baterista Eric Carr, que participou da turnê do disco. Esse álbum, assim como o anterior, foi altamente atacado por ser mais pop que os anteriores. Ele soa como uma continuação de "Dinasty", e para quem achou o anterior adocicado, este é melado. O disco traz boas faixas como " Is That You", "Shandi" e "What Makes The World Go Round", esta última agradará a quem gosta de "I Was Made For Lovin You". Em 1981 para rebater as críticas sofridas e tentar finalmente agradar aos críticos mostrando que eram músicos competentes, o Kiss lança o criticadíssimo "Music From The Elder", também conhecido por apenas The Elder. Neste álbum, o Kiss muda radicalmente seu estilo, e não agrada ao público em geral. Pela primeira vez desde seu surgimento, via-se uma foto da banda com os integrantes de cabelos curtos e com roupas mais discretas, apesar de continuarem utilizando as maquiagens. Contrataram novamente o produtor Bob Ezrin (produtor do Destroyer), que idealizou o álbum. Ace (que gravou suas participações no disco em um estúdio montado em sua casa) e Eric não concordaram com o lançamento, diziam que não era Kiss. Eric Carr, baterista tradicional de Rock, teve dificuldades em seguir as orientações rígidas do produtor em relação a percussão, sendo substituído na faixa "I" por Allan Schwartzberg, integrante da Hollywood Vampires (banda de apoio de Alice Cooper em 1976) e havia participado do álbum solo de Gene Simmons e de Peter Criss. O álbum tinha como base ser um disco conceitual baseado na história de um menino que é escolhido para lutar contra as forças do mal. Todas as letras eram relacionadas a esse mesmo tema (recurso utilizado pelos grupos de música progressiva da época). Lou Reed, ex-Velvet Underground, ajudou a escrever três faixas: "Dark Light", "Mr. Blackwell" e "A World Without Heroes". Na verdade, esta mudança de posicionamento foi tomada não apenas como prova de competência musical, mas, sobretudo, como uma jogada estratégica para, como sempre, surpreender e chocar público e críticos. Por seu grande fracasso, este álbum não teve turnê, limitando-se à duas músicas executadas ao vivo durante um programa de televisão. Após isso, o Kiss só tocou novamente uma música desse álbum durante uma apresentação. Foi no MTV Unplugged, de 1996, 15 anos após o lançamento do álbum. Até hoje fans debatem se esse é o pior álbum ou um dos melhores da fase mascarada, com músicas de excelente sonoridade como "The Oath" e "A World Without Heroes". Mas curiosamente, paralelo ao descontentamento dos fãs, o Kiss finalmente havia conseguido dobrar a crítica.
No começo de 1982, lançaram a coletânea "Killers"
com quatro músicas inéditas, o álbum não foi lançado nos E.U.A. Talvez a
ideia fosse tentar fazer com que esquecessem o fiasco que havia sido o
álbum anterior. Ace não participou de nenhuma delas, o sempre presente,
Bob Kulick gravou as músicas em seu lugar. Essas músicas são
consideradas descartáveis até hoje, pois a banda nunca fez questão de
tocá-las novamente. Um pouco antes das gravações de "Creatures Of The Night",
ainda em 1982, Ace Frehley sofreu um acidente de automóvel e como já
não tinha muita vontade de continuar devido ao seus descontentamento com a banda, e
seus problemas com drogas e álcool, se afastou de vez, aparecendo no
estúdio de vez em quando para ver como as coisas iam. No período de
composição e gravação, vários outros guitarristas foram chamados para
substituí-lo, dentre eles o que seria seu substituto, de nome Vincent
Cusano. No que diz respeito ao disco, que saiu quase no final do ano, e
similar a situação ocorrida com Peter anterior a sua saída, Ace não toca
em nenhuma música do álbum, mas aparece na capa. Após o lançamento, ele
também participa de videos ("I Love It Loud" e "Creatures Of The
Night"). Musicalmente, o disco é considerado por grande parte dos fãs
como o melhor registro desde "Destroyer", assim como sua arte de capa,
que demonstrava a banda de uma forma mais sombria, aliás, o ocultismo
estava em alta na época e não demorou para a banda começar a ser
associada com o satanismo. Faixas como "Creatures Of The Night", " I
Love It Loud", "War Machine" e "Still Love You" se tornariam presença
constante nos shows da década que se seguiria. Apesar da qualidade do
álbum, que se mostrava até então como o mais pesado da banda, as vendas
não decolavam, a imagem da banda estava seriamente arranhada na América e
para piorar, Ace se despedia da banda. Novamente o anúncio de um novo
concurso surgiu, diversos guitarristas tentariam a sorte, dentre eles,
futuras estrelas como Richie Sambora (Bon Jovi) e Steve Farris (Mr
Mister). O escolhido seria mesmo Vinnie Vincent, que além de demonstrar
destreza com o instrumento nas gravações do álbum, tinha se revelado um
exímio compositor pois as duas faixas de destaque do disco, que estavam
sendo executadas nas rádios, eram de sua autoria ("I Love It Loud" e "I
Still Love You").Vinnie foi apresentado na festa de ano novo de 1983,
ele usava uma chave de Ankh no rosto e assumiu o personagem "Warrior". A
maquiagem seria de Paul Stanley, que planejava aposentar sua estrela,
provavelmente numa jogada de marketing.
Continuaremos em breve
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