Agradeço a Edi Fontini pela gentileza de compartilhar sua resenha e suas fotos conosco no "Blogando".
Henrique Linhares
Anathema no Brasil: O fim de uma longa espera para os fãs
A banda inglesa Anathema foi formada no início dos anos 1990 e desde então mudou muitas vezes de integrantes e de influências musicais, o que repercutiu diretamente em seu som e estilo.
Inicialmente como uma grande influência dos apreciadores de doom metal, contava com o vocalista Darren White e seus guturais, uma das características do estilo. Em 1995 o vocalista deixou a banda e foi a vez de Vincent Cavanagh assumir os microfones, deixando aos poucos os guturais e inclinando a banda a novos rumos, que passou a experimentar muita coisa dentro do rock alternativo e do rock progressivo.
O Anathema atualmente conta com: Vincent Cavanagh (voz e guitarra), Daniel Cavanagh (guitarra), James Cavanagh (baixo), John Douglas (bateria), Daniel Cardoso (teclado) e Lee Douglas (vocais) e acabou de fazer uma turnê bem sucedida na América do Norte junto com as bandas Alcest e Mammifer. Porém nessa temporada “nas Américas”, o baterista e o baixista não puderam comparecer, sendo substituídos pelo português Daniel Cardoso (bateria) e seu amigo Tobel Lopes (baixo), que cumpriram com excelência seus papeis.
Após o final da turnê na América do Norte, era chegada a hora da banda viajar à América do Sul para shows no Chile, Argentina e finalmente cumprir sua missão no Brasil.
Para quem não sabe das dificuldades que os fãs paulistanos passaram, eis um resumo: Em 1996 a banda divulgava seu primeiro trabalho “Serenades” com a “Manic Depression Tour”, ainda com o antigo vocalista Darren White e fez duas apresentações que incluíram um festival em Belo Horizonte e o falecido Aeroanta, em São Paulo, mas com pouca divulgação na época.
Em 2006, a banda agendou duas apresentações no Brasil durante a “Natural Disaster Tour”, nas cidades de Brasília e São Paulo. O show em Brasília correu bem, porém em São Paulo, enquanto a banda de abertura tocava, houve um empecilho na produção e todo o público presente foi expulso com pouca educação pela Polícia Militar, que alegou problemas de alvará no local. A banda foi muito solícita e atendeu muitos fãs na rua, que retornaram aos seus lares com um nó na garganta pelo fracasso do show devido à falta de profissionalismo dos produtores.
Em 2011 mais uma vez um show foi fechado no Brasil, dessa vez com a “We're Here Because We're Here Tour”, na cidade de São Paulo. Infelizmente mais uma vez a banda anunciou o cancelamento desse único show, semanas antes da data (os outros shows da América do Sul foram mantidos).
Tamanha era a frustração do público de São Paulo que se formou uma mitologia acerca da banda, chegando a circular a brincadeira de que existia uma possível “urucubaca” entre banda e Brasil. Mas verdade seja dita: A única coisa que precisava acontecer era uma produtora competente negociar o show e cumprir profissionalmente o seu papel. E foi o que aconteceu: nesse último domingo, 13, o Carioca Club foi o palco dessa consagração do show em solo paulistano, com uma produção impecável.
Acreditando nessa possível realização, muitas pessoas de vários estados como Amazonas, Rio Grande do Sul, Paraná, Piauí, Minas Gerais e Rio de Janeiro, dentre outros, compareceram em peso quase lotando a capacidade do local nesse evento já considerado histórico.
Pouco depois do horário marcado as cortinas se abrem e a introdução de “A new machine”, do Pink Floyd, se iniciou. Era chegada a grande hora! Aos poucos, a banda se posiciona no palco e logo em seguida aparecem Vincent, Danny e Lee, que são aplaudidos pelo público presente.
“Untouchable” parte 1 e 2 abrem a noite com muita emoção tanto por parte da banda, quanto do público. Foi um momento de realização plena para ambas as partes. “The Gathering of the Clouds” continuou o espetáculo e ao final, Vincent finalmente solta um “We did it” (“Nós conseguimos!). A primeira parte do show continuou com “Thin Air”, “Dreaming light”, “Deep”, “A natural disaster”, “Closer”, “A simple mistake” e “Internal Landscapes”, dentre outras.
O setlist da turnê atual era basicamente feito com músicas dos dois últimos trabalhos da banda, “We’re here because we’re here” e “Weather Systems”, último trabalho da banda lançado em 2012. Porém o público da América do Sul teve um “bônus” nos shows, que contou com algumas músicas mais antigas e muito aguardadas.
Após uma brevíssima pausa, a banda retorna com “Shroud of False” e “Lost Control”. Fazendo jus ao título da música, foi realmente difícil de manter o controle com esse “presente” e certamente foi um dos pontos altos dessa apresentação. A banda é perfeita ao vivo e a vocalista Lee Douglas é um espetáculo a parte com seu carisma e tamanho talento.
A segunda parte do show continuou com “Destiny”, “Inner silence”, “One last goodbye”, “Parisienne Moonlight” (que só foi tocada em Santiago e em São Paulo) e “Fragile dreams”, que anunciou o final da noite memorável.
Era implícito o sentimento de realização no rosto de quase todos os presentes, que aos poucos deixaram o local muito emocionados, devido às circunstâncias.
Fotos e texto: Edi Fontini
A banda inglesa Anathema foi formada no início dos anos 1990 e desde então mudou muitas vezes de integrantes e de influências musicais, o que repercutiu diretamente em seu som e estilo.
Inicialmente como uma grande influência dos apreciadores de doom metal, contava com o vocalista Darren White e seus guturais, uma das características do estilo. Em 1995 o vocalista deixou a banda e foi a vez de Vincent Cavanagh assumir os microfones, deixando aos poucos os guturais e inclinando a banda a novos rumos, que passou a experimentar muita coisa dentro do rock alternativo e do rock progressivo.
O Anathema atualmente conta com: Vincent Cavanagh (voz e guitarra), Daniel Cavanagh (guitarra), James Cavanagh (baixo), John Douglas (bateria), Daniel Cardoso (teclado) e Lee Douglas (vocais) e acabou de fazer uma turnê bem sucedida na América do Norte junto com as bandas Alcest e Mammifer. Porém nessa temporada “nas Américas”, o baterista e o baixista não puderam comparecer, sendo substituídos pelo português Daniel Cardoso (bateria) e seu amigo Tobel Lopes (baixo), que cumpriram com excelência seus papeis.
Após o final da turnê na América do Norte, era chegada a hora da banda viajar à América do Sul para shows no Chile, Argentina e finalmente cumprir sua missão no Brasil.
Para quem não sabe das dificuldades que os fãs paulistanos passaram, eis um resumo: Em 1996 a banda divulgava seu primeiro trabalho “Serenades” com a “Manic Depression Tour”, ainda com o antigo vocalista Darren White e fez duas apresentações que incluíram um festival em Belo Horizonte e o falecido Aeroanta, em São Paulo, mas com pouca divulgação na época.
Em 2006, a banda agendou duas apresentações no Brasil durante a “Natural Disaster Tour”, nas cidades de Brasília e São Paulo. O show em Brasília correu bem, porém em São Paulo, enquanto a banda de abertura tocava, houve um empecilho na produção e todo o público presente foi expulso com pouca educação pela Polícia Militar, que alegou problemas de alvará no local. A banda foi muito solícita e atendeu muitos fãs na rua, que retornaram aos seus lares com um nó na garganta pelo fracasso do show devido à falta de profissionalismo dos produtores.
Em 2011 mais uma vez um show foi fechado no Brasil, dessa vez com a “We're Here Because We're Here Tour”, na cidade de São Paulo. Infelizmente mais uma vez a banda anunciou o cancelamento desse único show, semanas antes da data (os outros shows da América do Sul foram mantidos).
Tamanha era a frustração do público de São Paulo que se formou uma mitologia acerca da banda, chegando a circular a brincadeira de que existia uma possível “urucubaca” entre banda e Brasil. Mas verdade seja dita: A única coisa que precisava acontecer era uma produtora competente negociar o show e cumprir profissionalmente o seu papel. E foi o que aconteceu: nesse último domingo, 13, o Carioca Club foi o palco dessa consagração do show em solo paulistano, com uma produção impecável.
Acreditando nessa possível realização, muitas pessoas de vários estados como Amazonas, Rio Grande do Sul, Paraná, Piauí, Minas Gerais e Rio de Janeiro, dentre outros, compareceram em peso quase lotando a capacidade do local nesse evento já considerado histórico.
Pouco depois do horário marcado as cortinas se abrem e a introdução de “A new machine”, do Pink Floyd, se iniciou. Era chegada a grande hora! Aos poucos, a banda se posiciona no palco e logo em seguida aparecem Vincent, Danny e Lee, que são aplaudidos pelo público presente.
“Untouchable” parte 1 e 2 abrem a noite com muita emoção tanto por parte da banda, quanto do público. Foi um momento de realização plena para ambas as partes. “The Gathering of the Clouds” continuou o espetáculo e ao final, Vincent finalmente solta um “We did it” (“Nós conseguimos!). A primeira parte do show continuou com “Thin Air”, “Dreaming light”, “Deep”, “A natural disaster”, “Closer”, “A simple mistake” e “Internal Landscapes”, dentre outras.
O setlist da turnê atual era basicamente feito com músicas dos dois últimos trabalhos da banda, “We’re here because we’re here” e “Weather Systems”, último trabalho da banda lançado em 2012. Porém o público da América do Sul teve um “bônus” nos shows, que contou com algumas músicas mais antigas e muito aguardadas.
Após uma brevíssima pausa, a banda retorna com “Shroud of False” e “Lost Control”. Fazendo jus ao título da música, foi realmente difícil de manter o controle com esse “presente” e certamente foi um dos pontos altos dessa apresentação. A banda é perfeita ao vivo e a vocalista Lee Douglas é um espetáculo a parte com seu carisma e tamanho talento.
A segunda parte do show continuou com “Destiny”, “Inner silence”, “One last goodbye”, “Parisienne Moonlight” (que só foi tocada em Santiago e em São Paulo) e “Fragile dreams”, que anunciou o final da noite memorável.
Era implícito o sentimento de realização no rosto de quase todos os presentes, que aos poucos deixaram o local muito emocionados, devido às circunstâncias.
Fotos e texto: Edi Fontini