Voltamos com a seção "Meus 10 CDs clássicos", desta vez convidei um grande amigo para nos contar quais são as suas preferências. Filipe Souza, criador e mentor do site Metal Zone (www.metalzone.com.br), um dos melhores sites especializados em música pesada do país, com estas credenciais tenho certeza que veremos coisa boa, sendo assim ... bem vindos.
Ozzy Osbourne - Speak Of The Devil (1982)
Eu tinha uns 14 anos quando vi um vizinho saindo de
casa com esse disco na mão. Eu estava longe e vi apenas um cara cuspindo sangue
na capa. No dia seguinte perguntei ao vizinho sobre o disco e se ele poderia
grava-lo pra mim. O LP gastou uma fitinha K7 de 90 minutos, mas foram 90
minutos de puro êxtase sonoro.
As melhores músicas do Black Sabbath gravadas pelo
Ozzy ao vivo e com uma banda de um peso descomunal. Até hoje sou muito fã desse
álbum.
Megadeath - Youthanasia (1994)
Há dois anos antes do lançamento desse disco eu já
era fã do Megadeth, mas quando a banda anunciou o lançamento desse material,
eu me matei para comprá-lo. Juntei uma grana e encomendei o LP em uma
loja de São Paulo. Quase 60 dias depois a Hellion me mandou o disco importado.
Acredito que fui o primeiro cara na minha cidade e ter o disco. Na época
formou-se uma pequena peregrinação dos meus amigos até a minha casa para ouvir.
É um dos discos, senão o disco mais técnico da
banda. Dave Mustaine e Nick Menza abusam dos seus instrumentos.
Iron Maiden - Somewhere In Time (1995)
Esse foi o segundo disco do Iron Maiden que eu
ouvi. Comecei ouvindo a banda pelo "The Number Of The Beast", mas não tinha
visto a capa do disco, já que era uma fita K7.
Alguns meses depois um amigo disse que tinha um
disco dessa banda nas coisas do pai dele e que o velho me daria o disco. Voltei
pra casa correndo e estava louco pra ouvir. No trajeto namorei a capa do LP,
que era fenomenal!
Quando coloquei o vinil para rolar não acreditei
que era possível existir músicas tão boas! Desde “Caught Somewhere In Time” até
“Alexander The Great” eu acompanhava ávido cada nota e a letra.
Paradise Lost - Draconian Times (1995)
Quando esse disco foi lançado eu conhecia a banda
só de nome. Eu tinha ido visitar um amigo e ele botou o disco pra rolar dizendo
que era o disco novo do Metallica. E até que pareceu um pouco com o Metallica
mesmo, mas depois ficou bem diferente.
Gravei o disco em uma fita K7 e fui ouvir com calma
em casa. Semanas depois comprei o CD. E de cara a banda já tinha se tornado
minha favorita.
Até hoje ouço sempre esse material que é atemporal.
Angra - Angels Cry (1993)
Na época que esse disco saiu eu nunca havia
escutado nada sobre a banda e seus membros. Desconhecia a pessoa do André
Matos. O disco saiu em uma época que eu estava vidrado em Metal Melódico, mas
só conhecia o Helloween.
A primeira música que ouvi desse disco foi “Never
Understand” em um programa de rádio da minha cidade, em Resende – interior do
Rio de Janeiro. O locutor disse que era um lançamento de uma banda brasileira.
Semanas depois achei o disco pra vender. Comprei e
quando ouvi com calma em casa eu já tinha me tornado fã numero 1 da banda.
Skid Row - Slave To The Grind (1991)
Esse foi exatamente o primeiro disco de Heavy Metal
que comprei. Na verdade foi uma fita K7. Acho que foi em 1992 quando meu pai me
deu um toca fitas do Paraguai (risos), algo bem comum e sorrateiro em uma
economia sem freios e com uma moeda super desvalorizada.
Coloquei a fitinha pra rolar e meus pais estavam na
sala. Minha mãe arregalou o olho e perguntou: - Você gosta disso? E respondi
serenamente: Agora eu gosto e MUITO!
Muitos fãs de Metal torcem o nariz para o Skid Row,
acredito que seja mais pela figura do Sebastian Bach (vocal) do que realmente
por conta da banda. Mesmo com as atitudes “rebelde sem causa” do vocalista, é
inegável o peso e a qualidade de torpedos como “Slave To The Grind”, “Monkey
Business”, “The Threat”, a semi balada “Quicksand Jesus”, “In A Darkned Room”,
e fechando muito bem com a balada “Wasted Time”.
Artch - Another Return To Church Hill (1988)
Em 1994 publiquei na Rock Brigade um anúncio para
me corresponder com leitores da revista. Fiz amigos de diversas partes do
Brasil e um deles que ficou muito meu amigo foi um carinha de Gramado no Rio
Grande do Sul. O Fabrício e eu trocamos muitas gravações e entre as diversas
fitas, uma que me chamou muito a atenção foi a banda norueguesa Artch.
Fiquei impressionado com a qualidade da banda e de
imediato já apelidei a banda de: Metal Church com Bruce Dickinson no vocal.
Esse disco foi lançado em 1988 e
infelizmente não teve o merecido reconhecimento. É uma pena, já que todas
as dez faixas do disco são impecáveis. Começando pela intro “Conversio to
Prelude”, passando pela faixa “Another Return To Church Hill”, “Power To The
Man”, “Where I Go ” e fechando com “Reincarnation”.
O Artch é uma banda que faço
questão de apresentar para os fãs do estilo, pois esse disco é melhor do que
muito material já lançado pelos medalhões do gênero.
Dark Avenger - Dark Avenger (1995)
Essa é uma banda que acompanho
desde a demo “Choose your side”. Recebi a demo depois que publiquei um anúncio
para me corresponder com leitores da revista Rock Brigade em 1994.
Essa demo era fantástica e já
despontava o Dark Avenger como um promissor grupo de Power Metal Melódico do
Brasil. Algum tempo depois o grupo lançou o debut completo. As musicas da
demo ganharam um nova roupagem, mas não deixaram de ser canções fortes.
Vale
destacar as excelentes “Half Dead Eyes”, “Die Mermaid”, “Ghost Divinity”,
“Madelayne”, “Dark Avenger” e “Who Dares Do Care”.
Acredito que o grupo só não foi
para frente na época porque a Rock Brigade, que era o principal veículo sobre
Rock/Metal no Brasil queria apenas evidenciar o Angra.
Type O Negative - October Rust (1996)
Em 1994 eu conheci essa banda depois que um amigo
me raptou em casa para ver o clipe “Christian Woman”. Em poucos segundos fiquei
maravilhado com a sonoridade e o visual vampiresco do grupo. Comprei o CD
“Bloody Kisses”, mas algumas músicas eram boas e as outras eram um mix de
samples com bases de guitarras e letras desconexas.
Em 1996 o grupo lançou o “October Rust”, que
particularmente achei um divisor de águas na carreira do Type O Negative.
Esse álbum é muito mais melódico, soturno e gótico do que 90% do dos lançamentos
das últimas décadas.
As letras do CD são obras poéticas impagáveis, que
misturam mitologia e erotismo. As melodias e o peso do disco caminham em
conjunto.
Esse disco representou muito para mim na minha
adolescência.
Sentenced - Crimson (2000)
A estação das bandas que misturariam metal com
toque góticos chegariam ao ápice junto com o novo milênio. E foi assim
que em 1999 o Sentenced lançou seu novo álbum: Crimson. O terceiro com o novato
Ville Laihiala nos vocais.
Ville entrou no lugar do Taneli Jarva, que ocupava
o posto de vocalista e baixista do grupo. Com a entrada de Ville a banda
mesclou elementos de Power Metal e Metal Tradicional ao seu Death Metal mais
dark.
E o ponto alto dessa mistura se deu no consagrado
Crimson. O clipe da semi balada “Killing Me...Killing You” me fisgou de tal
forma que eu corria atrás para saber tudo sobre essa banda. Em abril de 2000
coloquei online um site em português sobre o Sentenced. A própria banda me
escreveu agradecendo e colocou o link no site deles com os seguintes dizeres:
Primeiro site em língua portuguesa sobre o Sentenced.
Na época traduzi quase todos os CDs deles e
principalmente o Crimson, que era o mais pedido entre os fãs.
Não tem se quer uma única música
do Crimson que seja fraca ou mediana. Aposto com o leitor que ao ouvir os
petardos: “Bleedind In My Arms”, “Home In Despair”, “Fragile”, “Broken”, “Killing
Me Killing You”, “Dead Moon Rising”, assim como eu ficará fã da banda
instantaneamente.
Gostou? visite o site Metal Zone e acompanhe tudo sobre o universo da música pesada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Usem e abusem ...