18 de agosto de 2014

Resenha: Accept - Blind Rage (2014)


Accept
Heavy Metal
Alemanha
"Blind Rage"
2014
8,5

Sabe quando você tem certeza que vai ouvir a mesma coisa, e mesmo assim esta mesma coisa é surpreendentemente boa? Pois é, estas palavras resumem bem o que senti ao ouvir "Blind Rage", o novo CD da banda alemã Accept.

Caramba, algumas bandas abusam do direito de serem fodas, e os alemães do Accept, são um ótimo exemplo deste afirmação.

"Blind Rage" é um daqueles CDs em que você vai ouvir guitarras despejando riffs incríveis, vai ouvir também um baixo avassalador, uma bateria que faz o chão tremer, e principalmente você vai ouvir um vocalista excepcional, Mark Tornillo definitivamente conseguiu  alavancar a banda novamente ao patamar de gigantes do Metal. Chega de babação, vamos ao CD.

"Stampede" inicia o CD com todo aquele climão de introdução que é rasgado por riffs desconcertantes, seguido por peso, muito peso acima de tudo, uma das coisas que eu mais gosto nesta banda, e que é uma de suas marcas registradas, são os corais, e estes germânicos não nos poupam deles (ainda bem!!!). "Dying Breed" nem nos dá tempo para respirarmos com seus acordes de baixo extremamente carregados e um Tornillo enfurecido vociferando como nunca, e que refrão maneiro. a 3ª faixa "Dark Side Of My Heart" perde um pouco da agressividade inicial, e mesmo assim consegue ser bastante empolgante, serve como uma tomada de fôlego para seguirmos com a pancadaria. "Fall Of The Empire" segue a mesma linha menos agressiva, mas em compensação é dona de um instrumental super carregado e pesado, e que coro legal. A velocidade retorna em "Trail Of Tears", em alguns momentos as guitarras se parecem muito com Stratovarius, foi uma combinação que ficou bastante interessante. "Wanna Be Free", a faixa seguinte, é um prato cheio para quem é apaixonado pelas 4 cordas, e Peter Baltes está inspiradíssimo, é numa canção como está que podemos perceber com clareza a importância deste instrumento numa banda, e mesmo a música sendo uma das mais comerciais do CD ficou bastante bacana. Em "200 Years", as guitarras voltam a dominar, mesmo assim preste atenção pois você consegue ouvir com clareza o baixo (aliás, isto é possível em todas as faixas deste CD), não é uma música que chega a empolgar, mas no geral é boa. Os dedilhados de  "Bloodbath Mastermind" já indicam que por aí vem coisa boa, e quando os dedilhados dão vez aos riffs cortantes aí sim o bicho pega, umas das melhores canções deste trabalho com certeza, tudo nela está no ponto exato, desde as mudanças harmônicas aos vocais muito bem executados, você com certeza vai ouvir mais de uma vez antes da passar para outra faixa. Um vocal descompromissado acompanhado por um acorde simples serve como introdução para "From The Ashes We Rise", uma daquelas canções típicas da banda com um vocal mais calmo e que vai se tornando mais agressivo conforme o ritmo dos instrumentos aumenta, está faixa é a minha preferida de todo o CD. "The Curse" é uma daquelas músicas que ficam no meio termo entre uma baladinha e uma pegada mais "tranquila", é bacaninha. "Final Journey" encerra o CD, é a faixa mais veloz e com certeza uma das mais Metal de todo o álbum, com guitarras rápidas e seguras, e uma bateria perfeita e extremamente bem trabalhada, parece ter sido escolhida a dedo para fechar o CD com chave de ouro, e se realmente está foi a intenção, os alemães acertaram em cheio.

Accept - Stampede

"Blind Rage" é um CD que mantém a mesma qualidade de seus antecessores gravados com Tornillo, vale lembrar que este já é o 3º trabalho dele na banda, e a cada momento ele parece se sentir ainda mais confortável, já não carrega mais consigo o peso de substituir o "grande" Udo, e é exatamente isto que faz com este álbum seja tão bom. Um CD que honra o estilo e agiganta ainda mais estes alemães.

Faixas:

Stampede
Dying Breed
Dark Side Of My Heart
Fall Of The Empire
Trail Of Tears
Wanna Be Free
200 Years
Bloodbath Mastermind
From The Ashes We Rise
The Curse
Final Journey


Henrique Linhares


2 comentários:

  1. Esse foi o álbum que me fez gostar dessa nova fase do Accept com os vocais de Mark Tornillo, apesar de gostar muito mais do baixinho Udo. Aliás, cheguei a conclusão de que muitos fãs da banda estavam certos: Udo não faz nenhuma falta no Accept...

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  2. Só ressaltando que Blind Rage possui também uma faixa-bônus para a edição japonesa chamada "Thrown to the Wolves" que podia muito bem estar no tracklist original para arredondar de forma positiva este baita álbum.

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