O dia 22/09 foi disparado o
melhor de todos desta edição do festival Rock In Rio, um momento de festa para
o Metal, essa definição se encaixa perfeitamente para ilustrar tudo que ocorreu
neste dia na Cidade do Rock, é bem verdade que havia aquele gostinho de fim de
festa no ar, mas sabíamos perfeitamente que o que estava por vir serviria como
um convite para a edição de 30 anos do evento em 2015.
O Palco Sunset
consolidou-se neste dia, não apenas como um mero coadjuvante da festa, mas sim como um
parceiro do palco Mundo, merecendo até o mesmo destaque deste último. O Sunset
foi o responsável por encontros únicos e memoráveis no RIR.
O primeiro encontro do dia já
mostrava bem como seria toda a maratona Metal de atrações, nada mais nada menos
que Andre Matos e Viper. Andre levantou a galera, que começava a se amontoar em
frente ao palco, o “maestro” arrebentou cantando clássicos do Angra como
“Angels Cry” e “Carry On” e deixou todos em êxtase com “Fairy Tale” de sua
passagem pelo Shaman, mas o que todos realmente queriam ver e ouvir era Viper
em sua formação clássica, mesmo sem a presença do guitarrista Yves Passarel
hoje no Capital Inicial, e aos primeiros acordes de “Living For The Night” o
público foi literalmente a loucura, loucura esta que continuou com “”To Live
Again” e “Rebel Maniac”, o reencontro dos músicos encerrou-se com uma homenagem
a banda Queen, uma das maiores atrações da primeira edição do RIR, a banda de
Andre Matos e o Viper juntos no palco tocaram a clássica “We Will Rock You”, é bem
verdade que o show foi bem curtinho, mas foi muito bom ver Pit Passarel, Andre
e Felipe Machado juntos novamente.
Público devidamente aquecido, e
espaços completamente tomados, foi a vez do Destruction despejar seu “The
German Thrash” sobre nós pobres mortais, o Sunset tremeu. Schirmer e seus
comparsas não fizeram por menos e detonaram tudo, de cara fomos brindados com
“Curse The Gods” seguida por “Thrash Till Death”, visivelmente feliz o
grandalhão Schirmer estava bastante comunicativo, arriscando inclusive algumas
palavras em português, mas ele próprio reconheceu que sua intimidade com a
nossa língua deixa muito a desejar, e entre vários elogios ao Rio e pedidos por
caipirinha o Thrash corria solto com “Spiritual Genocide”, “Nailed To The
Cross”, a sensacional “Mad Butcher”, “Armageddonizer”, “Bestial Invasion” e por
fim “The Butcher Strikes Back”, mas não pense que a ignorância acabou aí ... rs
... pois neste momento a banda gaúcha Krisiun entra em cena e juntos, o Thrash
alemão e o Death tupiniquim fazem história com a também clássica “Black Metal”
do Venom, cara nem sei como descrever este momento precisamente, 2 bandas fodas
tocando juntas uma das músicas mais insanas do Metal e ainda por cima com 2
baterias simultâneas, quem viu ... viu!!! Os alemães saem de cena para tomar um
ar enquanto o trio brasileiro despeja sua fúria sobre a plateia com as músicas
“Kings Of Killing”, “Combustion Inferno”, “Vicious Wrath” e “Ominous”, como diz
um amigo meu, foi uma “tijolada na boca”, novamente no palco Krisiun e
Destruction nos presenteiam ainda com “Total Desaster”, se me dissessem que o
Rock In Rio tinha terminado ali eu já estaria satisfeito, mas calma, a diversão
estava apenas começando.
A esta altura uma multidão se
espremia junto ao palco Sunset esperando pelo show da banda Helloween e logo
aos primeiros acordes de “Eagle Fly Free” todos já estavam pulando, o som não
estava bem ajustado nesta primeira etapa, mesmo assim deu para ver como seria o
show dos caras, seguiram-se “Where The Sinners Go” e “Waiting For The Thunder”,
com os problemas no som já resolvidos o vocalista Andi Deris aproveitou para se
divertir com o público, muito legal de ver o domínio do cara com a massa
headbanger, tocaram ainda “I’m Alive”, “Live Now!”, “If I Could Fly”, “Power” e
“Are You Metal?” e então chegou o momento que fãs como eu aguardavam, o
lendário membro fundador da banda Kai Hansen sobe ao palco para se juntar ao
grupo e barbarizar em 3 dos maiores clássicos do Power Metal mundial “Dr.
Stein”, “Future World” e “I Want Out” ... PQP!!! É inegável a importância do
Helloween para o Metal, afinal de contas foram eles os responsáveis pela
criação do Power Metal, mas verdade seja dita, o vocalista Andi Deris (pelo
menos ao vivo) é muito fraco, o cara pode ser comunicativo, até mesmo
carismático, mas vocalmente falando é bastante limitado.
O palco Sunset se despediu desta edição do RIR com um último encontro, podemos dizer, pra lá de inusitado, Sepultura e Zé Ramalho, sei que muita gente torceu o nariz, mas confesso que achei até legal. Sepultura no Rock In Rio, com méritos à banda, não é nenhuma novidade, mesmo porque já haviam se apresentado no palco principal dias antes, mas o legal deste show em particular foi que eles tocaram músicas que nunca haviam sido testadas ao vivo antes, “The Hunt” um cover da banda New Model Army que fazia parte do CD Chaos A.D. foi uma delas, tocaram também “Dusted”, “Spit” e deram uma canja de uma das canções do novo álbum da banda, “Da lama ao caos” com Andreas nos vocais, chegava a vez do grande convidado participar da festa, Zé Ramalho, muito bacana ouvir músicas como “A dança das borboletas” e “Jardim das acácias” com um instrumental pesado, Zé cantou também uma música do disco solo de Andreas “Em busca do ouro” e “Ratamahatta” do próprio Sepultura, fechando a noite no Sunset com uma de suas obras mais conhecidas “Admirável gado novo”, o resultado parece que agradou a todos, pois foram ovacionados ao som de Zépultura por boa parte dos presentes. Um momento único para abrilhantar ainda mais este dia.
Henrique Linhares
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